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A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) cobraram o investimento de países no combate às doenças tropicais negligenciadas e que, juntas, matam de 500 mil a 1 milhão de pessoas por ano. Uma característica marcante dessas doenças é a forte influência de determinantes sociais e econômicos, em especial sobre populações em situação de vulnerabilidade.
O coordenador da unidade de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde do escritório da OPAS e da OMS no Brasil, Miguel Aragon, destaca a necessidade de abordagens integradas, políticas inclusivas e recursos adequados para pesquisa, prevenção e tratamento.
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“Os desafios são conhecidos por meio da ciência, das nossas práticas, das nossas vivências e das comunidades. Precisamos trabalhar cada vez mais unidos para fazer esse enfrentamento e atingirmos as metas que temos propostas nos nossos planos, para podermos canalizar os recursos que tanto são precisos e fazermos o trabalho que precisamos fazer”, disse ele.
O que são as doenças tropicais negligenciadas
As doenças tropicais negligenciadas são infecções mais comumente presentes em regiões de vulnerabilidade social. Normalmente, nesses lugares as condições de água, saneamento e acesso aos cuidados em saúde são precários ou não existem.
Diante do impacto dessas doenças, a Assembleia Mundial da Saúde instituiu em 2020 o 30 de janeiro como Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas. A OPAS também possui uma iniciativa para eliminar até 2030 essas doenças e condições relacionadas.
Conheça a seguir 15 dessas doenças tropicias negligenciadas:
- Dengue ou chikungunya — transmitida aos seres humanos pelo mosquito Aedes aegypti, que provoca sintomas semelhantes aos da gripe e pode evoluir para quadros mais graves, como dores incapacitantes e hemorragia;
- Doença de chagas — transmitida aos seres humanos através do contato com insetos vetores, ingestão de alimentos contaminados, transfusões de sangue infectado, transmissão congênita, transplante de órgãos ou acidentes de laboratório;
- Úlcera de buruli — infecção cutânea que causa destruição severa da pele, ossos e tecidos moles;
- Dracunculíase — infecção helmíntica transmitida pela água potável contaminada com pulgas d’água infectadas por parasitas, em que vermes ulceram a pele depois de um ano;
- Equinococose — doença causada por larvas de tênia, que formam cistos patogênicos em órgãos humanos;
- Tripanossomíase africana humana (doença do sono) — infecção causada pela picada de moscas tsé-tsé, que é quase 100% fatal e sem diagnóstico e tratamento imediatos;
- Hanseníase — causada pela infecção por bactéria de crescimento lento, que afeta pele, nervos periféricos e olhos;
- Filariose linfática (elefantíase) — infecção transmitida por mosquitos, que alojam vermes adultos no sistema linfático, e tem como principal sintoma o aumento anormal de membros e órgãos genitais;
- Oncocercose (cegueira dos rios) — infecção transmitida por borrachudos infectados, que causa coceira intensa e lesões, e pode levar à deficiência visual e à cegueira permanente;
- Raiva — transmitida aos humanos por meio da mordida de animais infectados, especialmente cães, e pode ser fatal quando os sintomas se desenvolvem;
- Ectoparasitoses — infestações causadas por ácaros, pulgas ou piolhos, que causam coceira intensa;
- Esquistossomose — infecção adquirida por caramujos de água doce que penetram a pele humana, está associada a doenças hepáticas e urogenitais;
- Teníase e cisticercose — a primeira é causada pela presença de tênias adultas no intestino humano, enquanto a segunda ocorre quando o indivíduo ingere ovos de tênia que se desenvolvem como larvas em tecidos, até mesmo no cérebro;
- Tracoma — infecção bacteriana transmitida por contato direto com secreção ocular ou nasal infecciosa, comum em condições de vida e práticas de higiene inseguras;
- Bouba — doença bacteriana crônica e desfigurante, afeta principalmente pele e ossos.