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Dignidade menstrual: por que pessoas que menstruam são beneficiadas pelo SUS

Foto de Tachina Lee na Unsplash

O governo federal anunciou, entre as medidas pelo Dia Internacional da Mulher, o lançamento de uma iniciativa para distribuição de absorventes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  O Programa de Proteção e Promoção da Dignidade Menstrual foca na população em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Cerca de 8 milhões de pessoas devem ser beneficiadas pelo programa, entre elas:

A iniciativa foi celebrada, já que o programa havia sido criado em outubro de 2021, mas a distribuição gratuita foi vetada pela gestão anterior. Agora, o Ministério da Saúde deverá adquirir os itens para assegurar a dignidade menstrual à população.

O que é pobreza menstrual 

O termo “pobreza menstrual” diz respeito aos desafios enfrentados por meninas, mulheres, homens trans e pessoas não binárias para acessar insumos de saúde e higiene. Nestes casos, faltam recursos, infraestrutura e conhecimento para que essas pessoas possam cuidar do seu ciclo menstrual.

Caracterizam a pobreza menstrual, entre outros itens:

Quando não têm acesso a absorventes, pessoas que menstruam acabam improvisando na contenção do fluxo menstrual, e utilizam pedaços de pano usados, roupas velhas, jornal, sacos plásticos e até miolo de pão. Aquelas pessoas que têm acesso, por outro lado, muitas vezes não conseguem fazer as trocas recomendadas por ginecologistas — de três a seis por dia — e ficam com o mesmo absorvente por horas.

Essa realidade impacta a saúde fisiológica e emocional de diferentes formas:

Pobreza menstrual no Brasil

No Brasil, cerca de 6,5 milhões de meninas vivem em casas sem acesso à rede de esgoto, de modo que usam valas, fossas, rios, lagos e mar quando precisam fazer suas necessidades fisiológicas. O dado consta no relatório ‘A Pobreza Menstrual Vivenciada pelas Meninas Brasileiras’ (2021), produzido pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), agência da ONU para questões de desenvolvimento populacional com foco na saúde sexual, reprodutiva, igualdade de gênero, raça e juventudes, e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). 

Além disso, o documento aponta outras informações:

O oposto dessa condição de insegurança e falta de acesso a itens de higiene menstrual é a “dignidade menstrual”. Para o Unicef, todas as pessoas que menstruam devem ter direito a condições adequadas para viver esse ciclo orgânico entre pessoas que menstruam.

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Referências

Abril

Agência Brasil

Unicef

Unicef

Saúde Abril

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