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Entre todas as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), a sífilis é uma das que mais têm assustado profissionais da saúde. Não pelos efeitos sobre o corpo humano, mas pela possibilidade de subnotificação. Embora seja doença de notificação compulsória, é preciso incentivar a testagem de pessoas com vida sexual ativa.
Apesar disso, dados do Ministério da Saúde já indicam a ocorrência de epidemia da doença. Levantamento divulgado em outubro deste ano indica o registro de 213.129 casos de sífilis adquirida no Brasil, 83.034 casos de sífilis em gestantes e 25.468 casos de sífilis congênita. Além disso, foram notificados 200 óbitos decorrentes da transmissão vertical.
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Diante do quadro, é importante espalharmos o máximo de informação possível sobre a sífilis. Continue a leitura para saber sobre sintomas, tratamento e outras curiosidades da doença.
Como saber se é sífilis
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST), causada pela bactéria Trepanoma pallidum. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima o surgimento de quase 7 milhões de casos por ano.
No Brasil, é cada vez maior o número de registros. Em 2022, foram 213.129 notificações de sífilis adquirida, 83.034 casos de sífilis em gestantes e 25.468 casos de sífilis congênita — e 200 óbitos decorrentes desse tipo da doença.
O dado indica aumento de 23% no registro de casos em relação ao ano anterior. Em 2021, foram registrados mais de 167 mil novos caso de sífilis adquirida, 74 mil casos em gestantes e 27 mil ocorrências de sífilis congênita. Houve 192 óbitos por sífilis congênita.
Os sintomas da sífilis variam de acordo com o estágio da doença:
- Sífilis latente — não aparecem sinais ou sintomas, mesmo após mais de um ano de infecção. Essa fase acaba quando há sinais e sintomas das formas secundária ou terciária da doença;
- Sífilis primária — o principal sintoma é ferida indolor no local de entrada da bactéria, que surge de 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão é chamada de ‘cancro duro’, é rica em bactérias, não dói, não coça e nem arde, mas pode estar acompanhada de caroços na virilha. Ela desaparece após algumas semanas;
- Sífilis secundária — os sinais aparecem de 6 semanas a 6 meses a partir do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. A pessoa pode manifestar manchas avermelhadas que não coçam, ao longo do corpo, incluindo palma das mão e plantas dos pés, além de febre, mal-estar e gânglios aumentados. As manchas desaparecem em algumas semanas;
- Sífilis terciária — os sintomas podem aparecer entre 1 e 40 anos após o início da infecção. É caracterizada por lesões cutâneas, cardiovasculares e neurológicas, que podem levar à morte.
Por ser uma IST, a melhor maneira de se proteger da sífilis é usar preservativo em todas as relações sexuais.
Como é o diagnóstico e o tratamento da sífilis
“Barato”, “simples” e “acessível pelo Sistema Único de Saúde (SUS)” são expressões que resumem tanto o diagnóstico quanto o tratamento da sífilis. No primeiro caso, a pessoa pode ir a uma unidade de saúde e solicitar o teste gratuitamente. O resultado sai em no máximo 30 minutos, e não há necessidade de análise laboratorial.
Caso dê positivo para a doença, então uma amostra do sangue deverá ser coletada e encaminhada para um teste em laboratório, a fim de confirmar o diagnóstico. Há ainda a necessidade de avaliação clínico-epidemiológica da mãe do indivíduo e exame físico para apontar o diagnóstico seguro e correto. A partir de então é feito o tratamento com benzetacil, na própria unidade de saúde.
No caso de mulheres grávidas, o tratamento deve ser iniciado com apenas o primeiro teste positivo. Além disso, a administração do antibiótico benzilpenicilina benzatina deve ocorrer até 30 dias antes do parto.
Importante: as mulheres grávidas devem se testar no primeiro trimestre, no terceiro trimestre e no momento do parto. O tratamento adequado pode impedir a transmissão vertical da doença, ou seja, da mãe para o bebê.
Curiosidades para você saber sobre a sífilis
Agora que você já sabe o que é a sífilis, sintomas, como obter diagnóstico e qual a forma de tratamento, é importante conhecer algumas curiosidades sobre essa IST. Confira a seguir!
- A bactéria causadora da sífilis, a Trepanoma pallidum, é conhecida desde o século 20;
- Segundo estimativas, há risco de 90% de transmissão da sífilis em cada relação sexual;
- A sífilis congênita pode causar surdez, cegueira, deficiência cognitiva e até morte do feto;
- As pessoas podem contrair sífilis mais de uma vez, mesmo já tendo se curado anteriormente;
- Existe um dia no ano que chama a atenção para a doença: em todo terceiro sábado de outubro é celebrado o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita.
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Referências
Boletim Epidemiológico de Sífilis (outubro, 2023)
Ministério da Saúde
Drauzio Varella
Unifesp