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O ciclo menstrual é uma experiência individual a cada mulher. Algumas sentem mais sintomas da tensão pré-menstrual (TPM) do que outras, por exemplo.
Mas, mesmo sendo uma jornada particular, há algo que tende a ser compartilhado por todas as pessoas que menstruam: a fadiga menstrual. Esse incômodo tem como principal causa as oscilações hormonais próprias do ciclo menstrual.
Embora seja algo “natural”, a fadiga causa um prejuízo e tanto para o dia a dia de quem menstrua. Indisposição, baixa produtividade, dores e falta de concentração são só alguns sintomas desse quadro.
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Continue a leitura para entender o que é fadiga menstrual e como evitá-la.
O que é fadiga menstrual
A fadiga menstrual é um incômodo que as mulheres, e pessoas que menstruam, podem sentir um pouco antes e durante o período menstrual. Normalmente, ela é causada pela oscilação hormonal próprio do ciclo menstrual, envolvendo progesterona, estrogênio e serotonina.
Quando o óvulo não é fertilizado, o corpo precisa expelir toda a estrutura preparada para gestar o feto. Nesse processo de degeneração:
- Os níveis de estrogênio e progesterona diminuem;
- Começam as contrações uterinas para desprender o revestimento do útero (e, com isso, as cólicas);
- Com a redução dos níveis de estrogênio, diminuem também os níveis de serotonina (hormônio do bem-estar).
A queda hormonal começa dois dias antes da menstruação e dura até o final do período. Esse quadro favorece o surgimento dos sintomas da fadiga menstrual. São eles:
- Dores de cabeça;
- Inchaço;
- Sensação de cansaço intenso;
- Perda de energia;
- Incômodo nas pernas e região pélvica.
Mas duas coisas precisam ser reforçadas sobre a fadiga menstrual. A primeira delas é que os sintomas desse incômodo podem ser muito mais intensos se a pessoa menstruada tiver endometriose ou síndrome do ovário policístico (SOP).
Além disso, a fadiga menstrual intensa pode ser sintoma de doenças ginecológicas que provocam aumento no sangramento. Mioma e pólipo são exemplos ilustrativos.
Fadiga menstrual e trabalho
Ainda não existe legislação que garanta algum tipo de licença remunerada para mulheres que sofrem da fadiga menstrual. Por esse motivo, elas acabam sendo submetidas à rotina de trabalho regular mesmo quando passam por cansaço, dores e indisposição.
Um estudo conduzido em 2022 por pesquisadores dos Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, publicadas no periódico Digital Health, aponta que 89,3% das mulheres sofrem com baixa nos níveis de energia e produtividade durante o período menstrual.
As 1.867 mulheres ouvidas trouxeram ainda dados interessantes:
- 91% relatam cólicas menstruais;
- 85% sentem fagida;
- 81% sentem o corpo mais inchado;
- 86,9% têm variações de humor;
- 77,2% relatam mudança na capacidade de concentração;
- 71,6% relatam perda de interesse no trabalho;
- 48,4% relatam que não recebem suporte de seus superiores diante de problemas decorrentes do período menstrual;
- 94,6% não trabalham em empresas com programas de bem-estar que possam ajudar, mas 75,6% gostariam de ter esse benefício.
Embora não exista legislação específica no Brasil sobre o tema, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que oferece licença menstrual remunerada para mulheres. O PL 1246/22 prevê 3 dias consecutivos de licença no mês, desde que sejam comprovados os sintomas graves no período menstrual.
Por outro lado, a licença menstrual já é realidade no Japão, Taiwan, Indonésia, Coreia do Sul, Zâmbia e Espanha. Enquanto a formalização não chega, empresas brasileiras adotam políticas próprias, que incluem flexibilidade de horário e possibilidade de home office durante o período de sangramento.
Como aliviar a fadiga menstrual
Por ser um incômodo que surge no ponto de virada do ciclo menstrual, que culmina no sangramento, uma forma de minimizar os efeitos da fadiga menstrual é se atentar aos seus hábitos e comportamentos durante todas as fases do ciclo menstrual. Neste caso, é importante se atentar para o descanso, alimentação e prática de exercícios físicos regulares.
Veja a seguir alguns cuidados a tomar:
- Atente-se ao seu corpo e descanse quando necessário;
- Pratique exercícios físicos com regularidade, pois são anti-inflamatórios e melhoram a resistência do corpo ao cansaço menstrual;
- Insira técnicas de relaxamento e meditação na sua rotina, para diminuir o estresse e a ansiedade;
- Busque uma nutricionista para ajudar a evitar ou balancear alimentos que podem provocar inflamação do corpo e, consequentemente, fadiga;
- Consulte uma ginecologista de sua confiança para entender o que causa essa fadiga menstrual e adotar a melhor abordagem para tratar seu caso.
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Referências
A influência do ciclo menstrual no desempenho físico da mulher