Por que a doação de sangue é tão importante para quem sofre da doença falciforme


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Ao menos 1 em cada 2,5 mil nascidos vivos no Brasil têm a doença falciforme, segundo dados do Ministério da Saúde. Isso equivale à média de 1,1 mil novos casos por ano. Por outro lado, dois a cada 100 mil nascidos vivos têm o traço falciforme, mutação do gene falciforme herdada dos pais. Neste caso, são 63 mil casos por ano.

Os dados correspondem ao período entre 2014 e 2020, e são o bastante para fazer da doença falciforme como a enfermidade genética mais comum no Brasil, com expressiva mortalidade e morbidade. Pessoas acometidas por essa condição normalmente perdem a capacidade de trabalho e sua expectativa de vida é reduzida.

Embora a doença falciforme não tenha cura, há algo que pode mantê-la sob controle e melhorar a qualidade de vida dos pacientes: a doação de sangue. Continue a leitura para entender como esse gesto tão simples pode fazer a diferença!

O que é a doença falciforme

A doença falciforme é uma condição genética caracterizada pela mutação no formato dos glóbulos vermelhos do sangue, que, em vez de redondos e elásticos, ficam rígidos e pontiagudos, como foices. Isso ocorre quando o indivíduo se submete a esforço físico, estresse, frio, traumas e desidratação, por exemplo.

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Diante do formato diferente, as hemácias não circulam pelo corpo com a mesma facilidade que ocorreria em pessoas sem o traço, e isso compromete a circulação de oxigênio no organismo. Por esse motivo, pacientes com falciforme comumente apresentam:

  • Dores nos ossos, músculos e abdômen;
  • Fadiga e indisposição;
  • Infecções;
  • Problemas nos órgãos, em especial fígado, pulmões e rins;
  • Icterícia;
  • Anemia;
  • Priapismo em pessoas com pênis;
  • Síndrome mão-pé em crianças;
  • Derrame cerebral.

Desde novembro de 2023 a doença falciforme integra a Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública do Ministério da Saúde. A medida é importante para definir as prioridades e intervenção pública e avaliar os impactos das iniciativas.

Quem tem doença falciforme?

O diagnóstico da doença falciforme ocorre de duas formas: no Teste do Pezinho, durante a triagem neonatal da criança, ou pelo exame de Eletroforese de hemoglobina. Este último pode ser feito a qualquer idade, no qual são medidos e identificados os diferentes tipos de hemoglobina encontrados no sangue.

É importante reforçar que pessoas afrodescendentes, negras e pardas, são maioria na incidência de casos confirmados da doença falciforme. No entanto, a manifestação da condição não é exclusiva desse grupo. Devido à miscigenação, qualquer pessoa pode apresentar o traço falciforme ou manifestar essa doença genética.

Ou seja: negros, brancos, orientais, mediterrâneos, árabes e indianos, entre outros, também podem apresentar doença falciforme.

A Bahia é o estado com maior incidência da doença falciforme, segundo dados do Boletim Epidemiológico Saúde da População Negra, de outubro de 2023. São 9,46 casos a cada 100 mil habitantes. Segundo o Ministério da Saúde, 6,6 mil crianças nasceram com a doença entre 2015 e 2022. Em Salvador, inclusive, há um Centro de Referência de Doença Falciforme.

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O top 3 de estados onde há maior número de casos da doença inclui ainda São Paulo, com 6,52 casos por 100 mil habitantes, e Piauí, com 6,23 casos por 100 mil habitantes. Em todo o país, enter 2014 e 2020, foram registradas 0,22 mortes a cada 100 mil habitantes.

Por que doar sangue para doença falciforme

A doença falciforme não tem cura, mas seus efeitos danosos ao organismo podem ser controlados por algo simples, mas que há em abundância em nossa sociedade: sangue. Com as transfusões, o corpo é reabastecido com hemoglobinas saudáveis, o que permite ao paciente realizar suas atividades diárias normalmente, sem dores ou desconfortos.

O mais importante disso é que qualquer pessoa pode doar. Os únicos requisitos são: ter entre 18 e 69 anos, pesar acima de 50kg e não apresentar doenças transmissíveis.

Para os casos de pessoas com doença falciforme, é preciso que haja compatibilidade sanguínea, por isso é importante informar cor, etnia e origem no momento da doação.

Pessoas negras tendem a ser mais compatíveis com quem tem falciforme, mas isso não é regra. A compatibilidade depende exclusivamente de fatores genéticos individuais.

Mas isso não deve te impedir de doar sangue, afinal, todos os dias centenas de pessoas são submetidas a procedimentos hospitalares que requerem transfusões de sangue. E sempre, sempre, seu sangue pode salvar vidas!

Para doar vá ao hemocentro mais próximo de você e fique atento a campanhas de doação!

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Referências

*Artigo feito com suporte de inteligência artificial Gemini

Ministério da Saúde (1)

Ministério da Saúde (2


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