6 perguntas sobre câncer de mama, com a médica Ana Amélia Viana


O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres e, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), devem surgir 73,6 mil novos casos em 2025. As regiões Sul e Sudeste têm as maiores taxas de diagnóstico no Brasil.

A médica oncologista Ana Amélia Viana, que integra a rede AfroSaúde, esclarece as principais dúvidas sobre o diagnóstico precoce, rastreamento com mamografia e tratamento do câncer de mama. Confira!

Qual é a idade ideal para iniciar o rastreamento do câncer de mama com mamografia?

Quarenta anos é a idade ideal para começar a mamografia, e deve ser repetida todo ano. 

Qual o melhor: mamografia ou autoexame? 

É importante que nós mulheres tenhamos o hábito de examinar nossas mamas, porque quando aparecer alguma alteração, você vai perceber — um caroço, mudança na coloração da mama, qualquer irritação. Porque tudo o que aparece na nossa mama tem que ser investigado. Mas a gente não fala que o autoexame faz parte do rastreamento, porque a ideia do rastreamento é que a gente faça o diagnóstico das lesões da mama quando elas são muito pequenas.

Para se ter uma ideia, a mamografia detecta lesões menores que meio centímetro. Já no autoexame, não vamos conseguir detectar lesões nessa fase. Quando a gente consegue palpar no autoexame, já está maior. Então, o autoexame é sim muito válido, mas ele não é mais preconizado como estratégia de rastreamento pra diagnóstico precoce. 

Quais são os principais fatores de risco para câncer de mama? 

Os principais são: idade, o câncer de mama é a doença do envelhecimento, portanto ele é mais frequente em mulheres mais velhas, principalmente acima dos 50 anos; fatores familiares, a depender da sua história familiar e quantos parentes tiveram câncer de mama você pode ter risco maior ou não; fatores genéticos, algumas mutações genéticas aumentam o risco de câncer de mama; fatores hormonais, como uso de anticoncepcional, reposição hormonal podem aumentar o risco de câncer de mama; e fatores ambientais, como obesidade, sedentarismo, tabagismo, uso do álcool.

Portanto, os hábitos de vida saudáveis são uma forma excelente de prevenção, na verdade, a melhor forma de prevenir o câncer de mama, porque a mamografia não vai prevenir o câncer, mas vai diagnosticar cedo, e o diagnóstico precoce é uma das coisas mais importantes pra você garantir a cura da paciente — pacientes que descobrem câncer de mama em sua fase inicial têm mais de 90% de chance de ficar curadas –, mas fazer mamografia não vai diminuir seu risco de ter câncer.

O que pode reduzir o risco de ter câncer é justamente o controle desses fatores ambientais que a gente pode modificar. Hoje em dia, os hábitos de vida mais saudáveis podem diminuir o risco de ter câncer de mama em até 40%, quase pela metade.

Quais são esses hábitos de vida saudáveis?

Evitar obesidade, praticar atividades físicas regularmente, alimentação saudável baseada em frutas, verduras, legumes, proteínas de qualidade; evitar o consumo de álcool. Esse tipo de proteção vai fazer com que o risco de câncer de mama caia muito. Então, hoje em dia, além dos remédios que a gente prescreve para paciente, a gente recomenda que ela tenha hábitos de vida saudáveis, porque ajudam tanto a prevenir o câncer de mama quanto diminuir o risco de ele voltar para pacientes que já tiveram diagnóstico de câncer.

Como é feito o diagnóstico do câncer de mama?

O diagnóstico é feito inicialmente com exames como mamografia, e às vezes a gente faz ultrassonografia, ressonância, a depender de cada caso. Depois que a gente detecta uma lesão suspeita nesses exames de imagem, a gente faz uma biópsia, que é nada mais nada menos do que tirar um fragmento daquela lesão que foi vista, pra mandar pra um estudo pra ver exatamente se aquilo é câncer ou não, que tipo é. Esse exame é feito através de uma punção, com anestesia, e aí depois que a gente tem o resultado do câncer, a gente define, baseado nesses dados da biópsia, qual vai ser o tratamento da paciente. 

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por AfroSaúde (@afrosaude)

Qual é o tratamento em caso de câncer de mama?

O tratamento pode ser primeiro a cirurgia e depois a gente avalia se a paciente precisa tomar algum tratamento adicional, como quimioterapia, radioterapia ou bloqueio hormonal, ou às vezes a paciente precisa passar primeiro pela quimioterapia para depois ser operada. Isso a gente define individualmente, ou seja, cada paciente é única.

A gente vai avaliar aquela paciente, se aquela paciente tem outros problemas de saúde, o tamanho do tumor, onde ele está, qual tipo, e baseado nisso a gente vai definir o tratamento específico para aquela paciente — e pode conter cirurgia, quimioterapia, bloqueio hormonal, radioterapia, uma dessas coisas ou todos combinadas. A gente vai desenhar o tratamento baseado naquela paciente e nas características específicas daquela paciente. 

O câncer de mama é a única doença à qual as mulheres devem se atentar?

O câncer de mama é responsável pelo adoecimento de muitas mulheres, 1 a cada 8 mulheres deve ter o diagnóstico de câncer de mama. Mas, além do câncer de mama, existem outras condições que afetam a saúde da mulher. A gente fala do câncer de mama e de útero, que aqui no Brasil é muito incidente e tem relação com o vírus HPV. A vacinação é a melhor forma de prevenção do câncer de colo de útero, e o rastreamento do câncer de colo de útero é feito com o papanicolau, com preventivo ginecológico. Então, fazer o preventivo ginecológico é extremamente importante.

Acesse a plataforma AfroSaúde e agende agora mesmo uma consulta! Caso precise de auxílio, converse com a nossa equipe!

,