Como o acompanhamento terapêutico pode ajudar crianças com autismo


Foto de Marvin Meyer na Unsplash

O diagnóstico cada vez mais frequente de Transtorno do Espectro Autista (TEA) chama a atenção também para um profissional fundamental para atender pessoas com autismo: o acompanhante terapêutico. A condição dificulta a interação social, comunicação, linguagem e comportamento dos indivíduos.

Nesse contexto, o acompanhamento terapêutico surge como instrumento de reinserção do paciente na sociedade e estímulo ao desenvolvimento de experiências e repertórios. No ambiente escolar sua presença é ainda mais importante, pois contribui para a aprendizagem do aluno.

Veja neste texto o que é o acompanhamento terapêutico e quais os benefícios desse tratamento para crianças com autismo.

+ Veja também: O que você precisa saber para não ser capacitista com pessoas surdas

O que é acompanhamento terapêutico

O acompanhamento terapêutico é uma prática caracterizada pelo seu caráter itinerante, cujo atendimento é realizado fora do consultório, clínicas e hospitais. A abordagem surgiu da luta antimanicomial e da reforma psiquiátrica, uma vez que evita a internação do indivíduo e consequente exclusão social.

Outra característica do acompanhamento terapêutico é a carga horária adaptável à necessidade do paciente, de modo que ela não é fixa. Por outro lado, ele se sustenta pela escuta clínica e promoção do laço de confiança entre profissional e paciente.

A contratação do acompanhante terapêutico normalmente ocorre após as seguintes etapas:

  • Contato do psiquiatra com uma equipe de acompanhantes terapêuticos, solicitando atendimento para seu paciente;
  • Representante da equipe apresenta o plano de trabalho diretamente para a família ou para o paciente;
  • As partes tomam ciência dos termos do contrato, como horas de atendimento, ritmo de trabalho por semana, número de membros da equipe, projeto específico ao caso e o valor.

O acompanhante terapêutico pode ser um psicólogo, terapeuta ocupacional ou pedagogo especializado na abordagem. Nesse último caso, a atuação é exclusiva nas escolas.

Como o acompanhante terapêutico atua nas escolas

O trabalho do acompanhante terapêutico é coletivo, especialmente nas escolas. Isso porque ele interage de forma recorrente com o paciente, sua família, seu círculo social imediato, professores e colegas de escola.

E esse profissional tem um papel essencial para o desenvolvimento de estudantes com autismo, uma vez que:

  • Integra a criança com autismo no convívio com os colegas;
  • Orienta a criança nas atividades em sala de aula;
  • Ajuda os professores no manejo de comportamentos inadequados;
  • Dá aos professores suporte para o estímulo de comportamentos adequados;
  • Assegura que a criança com autismo não seja excluída de dinâmicas de aprendizagem promovidas no momento da classe;
  • Utiliza métodos para facilitar a compreensão do conteúdo pedagógico passado em sala.

Do ponto de vista da subjetividade da pessoa com autismo, o acompanhamento terapêutico também promove resultados em:

  • Incentivo à autonomia do paciente;
  • Melhora na organização subjetiva do paciente e consequente habilidade para expressar em palavras sentimentos e pensamentos;
  • Exploração conjunta do espaço público e domiciliar;
  • Recursos da escuta e do deslocamento pelo espaço público para criar novos laços sociais.

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Referências

Acompanhamento terapêutico: história, clínica e saber

Acompanhante terapêutico: caracterização da prática profissional na perspectiva da análise do comportamento

Acompanhamento terapêutico escolar e autismo


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