Quem nunca se perguntou o que o psicólogo pensa durante a sessão? Ou quem nunca se deparou com aqueles memes sobre ‘O que minha psicóloga diria sobre isso?’.
São muitas as curiosidades que rondam a cabeça de quem faz terapia, motivadas principalmente pelo distanciamento que deve existir entre profissional e paciente. Mas existem algumas dúvidas mais comuns, segundo levantamento feito pela AfroSaúde no Google.
E nada melhor que os próprios psicólogos da nossa rede para responder a essas questões. Confira a seguir!
O que o psicólogo observa no paciente?
Quem responde é Ana Cláudia da Silva, psicóloga que segue a abordagem Existência Humanista e centrada na pessoa. Assim, ela faz suas observações a partir dos sentimentos de empatia, congruência e consideração incondicional.
“Tratamos como cliente e não pacientes (há controvérsias dentro da própria abordagem sobre isso, mas sigo com a nomenclatura cliente, pois focamos mais no acompanhamento do que na patologia). Desde o momento do contato para alinharmos com o cliente as primeira sessões, essa relação terapeuta e terapeutizando já é estabelecida. O profissional da psicologia deve estar atento a tudo que esse cliente traz e se comporta no set terapêutico. Sua postura diz muita coisa. Seu modo de se colocar no mundo deve ser observado, jamais julgado”, explica.
Por que o psicólogo não fala nada durante a terapia?
Segundo Ana Cláudia, o silêncio diz muita coisa, tanto do cliente quanto do profissional. A psicóloga ressalta que, diferentemente do que parece, o silêncio não é a ausência de comunicação.
“Existem abordagens que utilizam dessa técnica como ferramenta de análise. No meu caso, os silêncios e pausas também são ferramentas, porém ocorrem de forma muito espontânea, o silêncio não é ausência e sim uma forma de comunicação entre as partes. Como nessa abordagem o sujeito está no centro as conversas e diálogos são mais lineares, o silêncio vem mais como pausa e não como interrupção”, acrescenta.
Em quanto tempo a terapia começa a fazer efeito?
A psicóloga Amanda Santtos explica que não é possível estabelecer um tempo específico, porque cada pessoa é diferente. No entanto, é possível perceber que o processo está fazendo sentido à medida que o vínculo entre cliente e terapeuta se fortalece.
Já a psicóloga Thaís Rodrigues de Souza pondera que a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode começar a mostrar efeitos em diferentes momentos, de acordo com uma série de fatores. A frequência das sessões, a natureza da demanda do paciente e o engajamento com o tratamento são alguns exemplos.
“O contexto de vida do paciente, incluindo fatores como suporte social e condições ambientais, ou seja, o recorte biopsicossocial, também desempenha um papel importante. A presença de um ambiente de apoio e a ausência de estressores significativos podem facilitar uma resposta mais rápida ao tratamento”, acrescenta.
Como saber se a terapia está funcionando?
Há muitas formas de saber se a terapia está funcionando. De acordo com Amanda Santtos, seu método preferido é uma sessão de avaliação de demanda.
Ela explica: “Um momento onde cliente e profissional avaliam o que aconteceu no processo terapêutico até ali e quais as outras demandas devem ser trabalhadas. Assim, podemos avaliar se houve ou não progresso diante da ‘queixa-problema’”.
Thaís de Souza chama a atenção para o feedback do paciente quanto à sua percepção de melhorias e aplicação das técnicas aprendidas no dia a dia. Como a Terapia Cognitivo-Comportamental tem como objetivo modificar padrões de pensamento disfuncionais, outro indício é a capacidade de o paciente substituir esses pensamentos por padrões mais realistas.
“Mudanças comportamentais, como a adoção de novas estratégias para enfrentar situações estressantes e a implementação das habilidades aprendidas na terapia, também são indicadores importantes”, destaca.
O que fazer quando não souber o que falar na terapia?
A psicóloga Maria Milena tranquiliza os pacientes, lembrando que não é preciso ser tão engessado nas sessões. Quando não souber o que falar, tudo bem ficar em silêncio.
“O silêncio também faz parte do processo terapêutico, é uma ferramenta importantíssima dentro do contexto terapêutico”, explica.
Milena dá outras dicas para quem ainda se sente inseguro nesses momentos de “apagão” do que falar.
“Você pode falar sobre um dia, sua maior inquietação, sobre amenidades também, pois faz parte falar sobre amenidades e o dia a dia. Você pode falar sobre o que é mais emergente pra você naquele momento, ou você pode simplesmente ficar em silêncio”, reforça.
O que o psicólogo espera do paciente na 1ª sessão?
Maria Milena responde que não há muita expectativa sobre o primeiro encontro entre psicólogo e paciente. Sendo assim, a única coisa esperada é que a pessoa se sinta confortável.
“A gente espera que vocês se sintam à vontade, confortáveis pra falar, à medida em que vocês se sentirem seguros também. Você pode ir falando o que for mais importante pra você, o que você se sente à vontade em dizer naquele momento, e o vínculo vai sendo construído. Na medida em que esse vínculo vai sendo construído e fortalecido, você vai falando sobre o que vai te inquietando ainda mais, vai se sentindo mais confortável pra ser quem quiser ser”, afirma.
Por que fazer terapia?
Terapia não é fraqueza, nem sobre “consertar” algo que esteja “quebrado” em você. Fazer terapia é, na verdade, experimentar um lugar seguro para explorar seus sentimentos, pensamentos e experiências, com orientação de um profissional qualificado.
Por meio do diálogo e diferentes técnicas, o psicoterapeuta orienta o paciente a desenvolver novas perspectivas para sua realidade e estratégias para lidar com os desafios emocionais que enfrentar.
Em geral, os benefícios de fazer terapia passam por:
- Autoconhecimento;
- Consciência sobre as emoções e reações;
- Melhora na comunicação;
- Resgate da autoestima;
- Fortalecimento da autoconfiança;
- Melhora na qualidade de vida.
Importante: nenhum desses ganhos da terapia vêm de imediato ou do dia para a noite. É essencial manter a constância nas sessões.
O processo psicoterapêutico é individual e gradual, por isso requer tempo. Conforme o paciente adere às sessões, ele passa a fortalecer a relação com o profissional, compreender melhor seus sentimentos e a encarar suas dores.
Como um processo individualizado, a recorrência das sessões depende da avaliação do seu psicólogo.
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O processo terapêutico é individualizado e não há receita para o que deve ser feito ou não — tudo varia conforme a realidade do paciente. Mas há algo que não muda, independentemente da necessidade e da abordagem adotada pelo psicólogo: a constância no tratamento.
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