Por que procrastinamos? Entenda hábito de sempre deixar tarefas para depois


Foto de Joyce Busola na Unsplash

Quantos tempo você levou para começar a fazer uma tarefa que não te custaria nem duas horas do seu dia?

Procrastinar não é nenhuma novidade para o ser humano, que, contam especialistas, vive com o hábito há mais de 200 mil anos. Naquela época, era por questão de sobrevivência: os primitivos guardavam energia para usá-la quando necessário.

Hoje, a procrastinação tem efeito completamente oposto. Aliás, ela, inclusive, prejudica nosso bem-estar e produtividade. Ao deixar uma tarefa “para depois”, o indivíduo pode encontrar também ansiedade, estresse e má reputação profissional.

Que tal começar hoje a abandonar esse hábito? Continue a leitura para saber como!

Por que procrastinamos?

A palavra “procrastinar” tem origem no latim, “procrastinatus” ou “procrastinare”, e pode ser traduzida como “à frente de amanhã”. Vamos explicar por mera praxe, porque você deve conhecer muito bem o que é procrastinar: adiar a realização de uma tarefa importante e se ocupar com atividades que te trarão a imediata sensação de bem-estar ou felicidade.

E a razão da procrastinação está exatamente aí, no sistema de recompensas do nosso cérebro. Em uma entrevista à revista VOCÊ S/A, a neurocientista Claudia Feitosa-Santana, da USP, explicou essa relação:

“Nosso cérebro é bom em escolher o que nos traz benefícios no aqui e agora. Tudo que é visto como algo que está lá no futuro, o cérebro é bom em, literalmente, não escolher”, disse.

O cérebro humano é ‘viciado’ em dopamina, o hormônio da felicidade que é produzido diante de atividades que nos dão satisfação, diversão ou alegria. Quando se trata de alguma tarefa mais trabalhosa, extenuante ou que exija algum grau de concentração, a tendência é que a dopamina demore a ser produzida — logo, a recompensa demora a chegar.

+ Veja também: Pressão no trabalho: 5 dicas para lidar com rotina intensa

Apesar de o “cérebro primitivo” ser uma realidade humana, nem todo mundo procrastina da mesma maneira. Cerca de 1/5 da população se encaixa na definição de “procrastinadores crônicos”. Essas pessoas costumam adiar atos e decisões em diferentes âmbitos de sua vida por puro medo.

Há outras condições que explicam a procrastinação, como:

  • Prazos incertos;
  • Tolerância a atrasos;
  • Insegurança e medo de errar;
  • Falta de recompensas pelo adiantamento;
  • Gestão de tempo ineficaz.

Os tipos de procrastinação

Além de fatores biológicos e sociais, a procrastinação também pode ser explicada por questões de saúde mental. Não dá pra fechar um diagnóstico com a recorrência do ato de procrastinar, mas se esse “deixar para depois” se tornar rotina, é importante buscar suporte de especialista.

Alguns estudos de psicologia classificam os tipos de procrastinação de acordo com condições de saúde mental, como depressão, ansiedade e TDAH. Confira a seguir:

  • Procrastinador buscador – ligado à depressão ou ao estresse crônico. O indivíduo recorre a estímulos rápidos e prazerosos para tentar equilibrar o sistema de recompensas do cérebro;
  • Procrastinador evitador – consiste no adiamento de tarefas pelo medo de errar ou de ser prejudicado de alguma forma, e tem raiz na ansiedade;
  • Procrastinador indeciso – é aquela pessoa que sabe o que tem que fazer, mas ainda está inseguro sobre por onde começar. A tendência é que se torne alguém que não sai do lugar. Esse quadro tem relação com o Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH), pois distúrbio mexe com neurotransmissor responsável pela motivação;
  • Procrastinador misto – reúne características de ao menos duas das categorias citadas acima.

Como deixar de procrastinar

As consequências imediatas da procrastinação, seja qual for o motivo ou o tipo, são ansiedade e estresse. Afinal, se você deixou de fazer algo, tende a acreditar que não é capaz de realizar qualquer outra tarefa.

Além disso, cumprir prazos em cima da hora torna a rotina mais cansativa, prejudica as noites de sono, impacta na sua saúde física e incorre em mais chances de erro — na pressa, não dá pra revisar ou buscar mais referências, por exemplo. E a tão sonhada promoção profissional ou ascensão na carreira fica cada vez mais longe…

Mas você pode deixar de procrastinar se colocar já em prática algumas dicas! E nada de procrastinar o fim da procrastinação, hein?

O primeiro passo, segundo especialistas, é ter uma rotina saudável. Alimente-se de forma nutritiva, durma bem, pratique atividades físicas e tenha momentos de lazer.

Além disso:

  • Liste suas tarefas pendentes para o dia;
  • Divida tarefas maiores e mais complexas em etapas menores;
  • Comece pela atividade que você considera mais difícil ou chata, e deixe as prazerosas para a sequência;
  • Evite pensar que “amanhã” você terá mais disposição ou mais tempo. Faça agora, com as condições que você tem agora;
  • Estabeleça recompensas para cada ‘check’ na sua lista de tarefas.

Não se repreenda se, de fato, precisar de um tempo para realizar suas demandas. Caso perceba dificuldade para deixar de procrastinar, procure ajuda profissional! Os psicólogos da AfroSaúde podem te ajudar a superar esse quadro.

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Referências

Drauzio Varella

Faculdade Exame

VOCÊ S/A


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