Setembro amarelo: como saber se alguém está em sofrimento psíquico-emocional?


O sofrimento psíquico-emocional é silencioso, mas acarreta consequências sérias para o cotidiano do indivíduo e da comunidade da qual ele faz parte. O amigo sorridente pode esconder um quadro grave de depressão que o leva a atentar contra a própria vida; o líder eficiente pode ser movido por um transtorno de ansiedade generalizada; sua mãe pode estar lidando há anos com a síndrome da impostora

Ansiedade e depressão, em particular, são as condições mais presentes entre os brasileiros. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 9,3% da população sofre com ansiedade. Esse percentual representa o triplo da média mundial e coloca o Brasil no topo do ranking de países com mais casos do transtorno.

Então, como saber que alguém está em sofrimento psíquico? Continue a leitura para conhecer os principais sintomas e, tão importante quanto, o que fazer para ajudar!

Sintomas de sofrimento psíquico

O sofrimento psíquico não se limita a questões emocionais, pelo contrário. Transtornos de ansiedade e depressão, por exemplo, reverberam no corpo físico e até impactam no relacionamento do indivíduo com seus pares.

Alguns sintomas podem deixar em alerta, por exemplo:

  • Ausência ou excesso de apetite;
  • Taquicardia;
  • Enxaqueca constante;
  • Dificuldade de concentração ou problemas de memória;
  • Irritabilidade; 
  • Agitação; 
  • Sensação de incapacidade; 
  • Pessimismo;
  • Tristeza constante sem motivo aparente; 
  • Medo;
  • Abuso de álcool e substâncias entorpecentes.

Esses sintomas não surgem todos de vez, mas se apresentam como uma mudança de comportamento gradual e manifestam a necessidade do outro, por vezes, inconscientemente. 

Como ajudar quem está com problemas emocionais 

Não é possível determinar uma única causa para o sofrimento psíquico de um indivíduo, principalmente quando se trata de casos mais extremos em que ele atenta contra a própria vida. Existem fatores capazes de desencadear uma série de sentimentos, entre os quais desigualdade social, insegurança alimentar, marcadores de raça, gênero, sexualidade e deficiência. 

A psicóloga Cleciane Cruz chama a atenção para o olhar interseccional e articulado para entender o indivíduo e atuar na promoção da saúde mental. Mas a primeira atitude é evitar o julgamento de quem está em sofrimento. 

“É comum as pessoas utilizarem como ‘falta de Deus’ ou tentar dar uma injeção de ânimo com palavras motivacionais, mas isso não é algo efetivo quando estamos falando de alguém em profundo estado de sofrimento psíquico”, alerta a profissional.

Nesses casos, o ideal é mesmo escutar o que a pessoa tem a dizer e saber seu nível de interesse em buscar ajuda de um psiquiatra ou psicólogo. A partir disso, é possível mapear o profissional e formas de acesso ao serviço junto com a pessoa. 

“Até mesmo, de repente, se propor a ir junto com essa pessoa até o local”, acrescenta.

Outra atitude importante nesse processo de busca é desmistificar o preconceito que se tem sobre as pessoas que acessam o serviço de saúde mental. O estigma dos sujeitos que procuram esse tipo de ajuda por vezes gera resistência em buscar por tratamentos psicoterapêuticos.

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Referências

Revista Cláudia 

Folha de S.Paulo


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