É baby blues ou depressão? Entenda a diferença entre condições comuns no pós-parto

Foto de Alex Pasarelu na Unsplash

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A gravidez é uma fase intensa para o corpo que é responsável por nutrir e abrigar um novo ser. Como se não bastasse a liberação de hormônios no organismo, ainda é preciso lidar com todas as mudanças pelas quais o corpo e a vida passam durante os 9 meses de gestação.

Diante da nova realidade, é comum que as mães apresentem choro constante, tristeza, excesso de sensibilidade e irritabilidade. É difícil expressar felicidade com o nascimento do bebê e logo vem a culpa por esse turbilhão de sentimentos.

Às vezes, a depressão pós-parto explica esse momento complexo na vida da mãe. Em outras, o baby blues é o responsável por todo esse mix de sentimentos.

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Você sabe a diferença entre esses dois quadros? Continue a leitura para entender os sintomas do baby blues e da depressão pós-parto, e o tratamento mais adequado.

Como saber se é baby blues

O baby blues é um conjunto de sentimentos que se manifestam logo após o parto, decorrente da adaptação à nova realidade. Com a maternidade, as relações interpessoais da mulher passam por transformações, há mais responsabilidade, é preciso lidar com as expectativas em torno do maternar.

Além disso, as questões de ordem prática também afetam o emocional, como: privação do sono, desgaste físico, dificuldade de amamentação e falta de controle. Especialistas estimam que cerca de 80% das mulheres devem experimentar os sintomas do baby blues.

São eles:

  • Tristeza;
  • Choro constante;
  • Excesso de sensibilidade;
  • Dificuldade para dormir;
  • Irritabilidade;
  • Ansiedade;
  • Variação emocional extrema (do desespero ao encantamento com o bebê).

A principal característica do baby blues é sua duração. Essa tristeza costuma surgir logo após o nascimento da criança e dura em torno de três semanas.

Os sintomas tendem a desaparecer espontaneamente, de modo que não é preciso tratamento médico para isso. Suporte familiar e compreensão já são bastante significativos.

Por outro lado, é preciso que a mulher se atente em alguns casos:

  • Se tiver apresentado transtorno depressivos ou alterações de humor no passado;
  • Se tiver enfrentado dificuldades na gravidez;
  • Se tiver sofrido perdas perinatais anteriores.

É essencial buscar ajuda psiquiátrica caso as alterações de humor durem mais de três semanas, pois pode indicar depressão pós-parto.

Quais são os sintomas da depressão pós-parto

A depressão pós-parto é um quadro psiquiátrico que requer cuidados especiais, devido aos prejuízos que causa à saúde da mulher. Os sintomas se assemelham aos do baby blues, mas se diferenciam em intensidade e duração.

Isso quer dizer que os sintomas da depressão pós-parto costumam aparecer nos primeiros dias e se intensificar a partir da sexta semana do nascimento do bebê. Por outro lado, há casos de ocorrência da doença em até um ano após a mulher dar à luz. Estima-se que 20% a 25% das gestantes manifestem o quadro.

Entre os sintomas da depressão pós-parto estão:

  • Tristeza profunda;
  • Desinteresse em atividades do cotidiano;
  • Insônia;
  • Cansaço extremo;
  • Ansiedade;
  • Perda do interesse sexual;
  • Perda ou ganho de peso excessivo;
  • Sentimento de incompetência e baixa autoestima;
  • Isolamento social;
  • Ideação suicida;
  • Falta de conexão com o bebê.

Especialistas indicam que mulheres com histórico de transtorno psiquiátrico têm mais chances de desenvolver a depressão pós-parto. Mas há outros fatores de risco: falta de planejamento para engravidar; gravidez na adolescência; relacionamento instável com o pai do bebê; problemas no emprego ou estar desempregada; problemas nas relações familiares.

O tratamento da depressão pós-parto precisa ser feito sob orientação médica, e pode incluir psicoterapia, antidepressivos ou ansiolíticos, além de suporte familiar para atravessar esse momento.

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Referências

Saúde Abril

BBC Brasil

Secretaria de Saúde do Ceará


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