Obesidade: tipos, tratamentos, mitos e verdades sobre a condição

Mulher negra gorda conversa feliz com amigas

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A obesidade é considerada um dos mais graves problemas de saúde a enfrentarmos em todo o mundo. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2,3 bilhões de adultos deverão estar acima do peso em 2025, sendo que 700 milhões deles estarão obesos.

A classificação para entender a obesidade ainda usa como parâmetro o Índice de Massa Corporal (IMC). O indivíduo é considerado obeso quando esse índice está acima de 30, conforme explica o nutricionista Alberto Albuquerque. Existem três graus de gravidade da obesidade, sendo:

  • IMC entre 30 e 34,9 — moderado
  • IMC entre 35 e 39,9 — grave
  • IMC acima de 40 — paciente de risco, muito grave

No Brasil, em particular, aumentou 72% o número de pessoas obesas entre 2006 e 2019, saindo de 11,8% da população para 20,3%. Os dados foram apresentados pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), e são os mesmos citados na projeção feita pelo estudo ‘A Epidemia de Obesidade e as DCNT — Causas, custos e sobrecargas no SUS’, realizado por uma equipe de 17 pesquisadores do Brasil e do Chile, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

De acordo com o estudo, a prevalência de excesso de peso pode chegar a 68% da população em 2030, algo equivalente a sete em cada 10 pessoas. Já 26% da população pode chegar ao nível de obesidade, ou seja, cerca de uma em cada quatro pessoas.

Os dados do estudo revelam que o risco associado de diversas Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) é o mais preocupante e pode levar a consequências importantes para o SUS, inclusive, o acúmulo excessivo de gordura corporal está associado ao aumento no risco de mais de 30 DCNTs, como doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, cânceres e diabetes mellitus.  

O nutricionista Alberto Albuquerque, que atende na AfroSaúde, explica que essas doenças podem ser desenvolvidas devido aos processos inflamatórios decorrentes do acúmulo de gordura. “A obesidade em si é um quadro inflamatório”, resume.

Obesidade não é fruto do sedentarismo

Diferentemente do que as pessoas acreditam, a obesidade não é reflexo direto do sedentarismo. Da mesma forma, nem todo obeso é sedentário. A condição é considerada complexa, multifatorial, que envolve diversos aspectos da existência do indivíduo.

“É resultante de disfunções hormonais, fatores genéticos, aspectos sociais e culturais; envolve questões psicológicas”, acrescenta Albuquerque, que dá destaque maior para o fator emocional. “Influenciam bastante, desde eventos traumatizantes que as pessoas passaram a discriminação, violência, abusos, entre outros”.

Mitos sobre obesidade

Na linha do que é mito e verdade sobre a obesidade, Alberto Albuquerque afirma ainda que, apesar de a genética influenciar no ganho de peso, ela não é determinante para a criança crescer um adulto obeso. Mudanças alimentares e prática de atividades físicas contribuem na perda de peso. Esses são, inclusive, dois passos para tratar a condição.

“A melhor hora de procurar nutricionista é quando esse paciente está com dificuldades, porque a obesidade, levando para esse lado emocional, causa danos irreversíveis na vida das pessoas — deixam de sair e participar de eventos, têm baixa autoestima. Quando perceber esses problemas, acredito que seja o momento de procurar ajuda”, recomenda o especialista. 

A cirurgia bariátrica é a última alternativa para tratar a obesidade. Quando novas estratégias alimentares e atividades físicas não dão o resultado esperado, o procedimento passa a ser recomendado. 

Mas Albuquerque pondera que o nutricionista trabalha com prevenção. Sendo assim, não é preciso esperar chegar a um estágio crítico. “Quando perceber as primeiras mudanças de peso, provenientes do acúmulo de gordura, esse é o momento”, acrescenta.

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Referências

Agência Brasil 
Mapa da Obesidade 


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